vanessamm

8.9.09

Faxineira fascinante (Nei Lisboa)

Faxineira, fascinante

Onde guardaste o papel
Que eu deixei na estante anteontem

É importante
É o telefone que o Mutuca me deixou
De uma garota de Brasília
Filha única de um governador

Faxineira, fascinante
Eu passei a tarde inteira
Procurando uma palheta
Tava dentro da gaveta
E a gaveta dentro do congelador
E o pior é que a geladeira
Tava dentro da banheira
E a banheira no meio do corredor

Faxineira, fascinante
Como pode ser assim
Num instante fascinante
De repente tão ruim
Faxineira

Diz que vem na terça-feira
Eu digo ãhan
Era clean, virou sujeira
Me aparece no domingo de manhã

Faxineira fascinante
Eu vivo aqui sozinho
Você é meu caminho
Você é meu baldinho de praia
Rodeando meu castelo de papel, oh well
Nao duvide que me caia
Não me deixe pindurado no pincél

Faxineira, fascinante
Como pode ser assim
Num instante fascinante
De repente tão ruim, Faxineira
Que te salva é esse sorriso de marfim
O teu caso não tem cura
Se não fosse a dentadura, era teu fim
Oh Sim

...

Ah, eu poderia escrever uma música. Ou, até, um livro.
Faz quase 14 anos que tenho a minha casa, e desde então, consequentemente, faxineiras.
Já tive várias, e coleciono várias pérolas...
Tive uma, há muitos anos, que uma vez caiu deitada em cima de um balde cheio d'água, no meio da sala, e quebrou o balde, obviamente. Não preciso dizer que molhou o tapete!
Essa mesma atrapalhada outra vez quebrou uma bomboniere pequena de cristal, muito lindinha. Eu fiquei tão braba que não paguei ela naquela semana, disse que era pra pagar ao menos a metade da bomboniere, já que era meio cara.
Outra começou a lavar a roupa por conta (ela ia só uma vez por semana pra limpar a casa), e eu achei ótimo. Até que descobri o segredo: ela botava TUDO na máquina. Tudo mesmo, só que uma coisa de cada vez. Lembro que eu tinha um pijama vermelho (só podia ser eu, com um pijama vermelho), e quando eu cheguei em casa estava somente o meu pijama nadando na imensidão da máquina. Ou seja, ela pegava cada peça de roupa de cor diferente, e fazia uma lavagem completa, gastando horrores de água e de luz. Assim, até eu!
A minha última de SL era ótima, só tive que dispensar quando vim pra Porto. Tive tanto azar aqui, que acabei chamando a mulher.
- Ei, topas trabalhar em Porto Alegre?
Ela aceitou. E foi maravilhoso, tudo super limpo, roupas perfeitas, confiança total. Ela chegava a guardar minhas bijus e parcas jóias (que não tenho mais, depois que o pintor roubou - mas esse é outro papo, ou outro post) no lugar certinho, nunca pegou nada.
Até que a mulher começou a ter ataque de pânico no trem (coitada, né), e não conseguiu mais vir.
Daí, começou novamente a novela mexicana, daquelas brabas.
Tive duas que não sabiam ler, e não me disseram. Uma mentiu que precisava de óculos, e não tinha dinheiro pra comprar, então vi que de nada adiantava minha planilha de tarefas semanais, nem meus bilhetes.
A outra levava os meus bilhetes pro porteiro do prédio ler pra ela. Já imaginou, o porteiro do prédio lendo? Ninguém merece.
- Fulana: hoje lava os vidros. Não esquece de passar a roupa e guardar. Lava de novo essa blusa que ficou manchada, passa Vanish. Não põe prendedor nas roupas quando estender, pra não marcar.
Depois veio uma guria tão relaxada e desligada que durou só duas ou três semanas. E isso porque o Márcio insistiu, pois eu já queria dispensar na primeira!
Por último, veio uma muito boa. Indicada por uma amiga querida, de confiança.
A mulher fazia tudo direitinho, era bem caprichosa.
Até que eu entrei em licença-maternidade e fiquei em casa... a mulher não calava a boca nunca, vivia dando palpite de como eu cuidar e criar a minha filha, não respeitava e entrava no quarto de porta fechada quando eu estava amamentando... fui me irritando. Daí vi um balde com roupas de molho, a coisa mais linda: panos de prato, avental, calcinhas e cuecas, tudo junto! Ainda vi a figura passando a escova da roupa no tapete da sala (já imaginou escovar a roupa depois com essa escova suja do tapete? ECA), e ainda teve outras que não lembro.
Essa tive que dispensar, pra chamar uma empregada mesmo, que vem todos os dias. Cuidar da Mel é dedicação exclusiva 24h por dia, nos poucos minutos que sobram preciso dormir um pouco e comer. Então, chamamos uma empregada.
A primeira, durou um dia. No segundo dia, sumiu. Quando conseguimos notícias, já no meio da tarde, descobrimos que foi chamada numa fábrica, e simplesmente nos abandonou, sem satisfações.
Conseguimos outra, então, que até agora está ótima. Já está conosco há 3 semanas, e até faz almoço. Mas, como nem tudo são flores, eu ainda tenho me divertido!!!
- Dona Vanessa, a senhora precisa comprar margarina, põe na lista.
- Eu não compro, porque a gente não come.
- Mas, EU como!!!

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